8 de mai. de 2010

Tem uma mariposa no concreto

Entrei no ônibus. Vi no vidro da janela uma mariposa que se esforçava para encontrar a saída. Ela voava de um lado para outro, andava no vidro, mudava de janela, mas não conseguia sair. Pensei em pegá-la pelas asinhas e colocá-la para fora, mas queria ver até onde ela ia chegar e esperei. Durante esta espera, imaginei uma mariposa-humana e suas possíveis reações diante do desafio em que se encontrava. Mil possibilidades de ações e reflexões poderia ter essa mariposa-humana. Ela poderia ficar neurótica, achando que esse tipo de coisa só acontecia com ela, poderia estar claustrofóbica, ansiosa, tendo um ataque de pânico por não conseguir achar a saída, poderia estar rezando implorando um auxílio maior para sair dessa situação desesperadora, poderia estar pensando que ia conseguir sair desta situação mesmo que isso lhe custasse a vida – afinal quando foi que ela desistiu antes? Essa circunstância poderia criar um trauma na vida da mariposa, a resolução desta questão – qualquer que fosse ela – poderia causar-lhe uma significativa modificação no modo de encarar a vida, de relacionar-se com as pessoas, de ver o mundo. Afinal, que destino teria a mariposa se fosse ela humana?

*

Sendo ela uma mariposa, voou para a porta quando esta se abriu...

3 comentários:

  1. Oi guria.
    Vim agradecer o carinho de tua palavras, és uma fofíssima. Adoro ler o que escreves e adoraria poder expressar-me com as palavras como tu o fazes. Parabéns pelo talento.
    Grande abraço, sou tua fã.
    Iara

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  2. É, ser humano é criar barreiras, não é?!

    Tão fácil simplificar as coisas...

    Belo texto amor!

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  3. Mariposa não vive sem a luz.
    A luz dos teus olhos iluminou a vida desta mariposa!

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