Acredito que as coisas só acontecem na nossa vida quando tem que acontecer. Há uns três anos atrás eu estava na casa de um antigo namorado e encontrei um livro ao qual não dei a mínima atenção, até porque a família dele guardava aquele livro no banheiro junto à privada (preconceito meu, é claro, supor que era um livro ruim por causa disso), porém, o título ficou na minha cabeça e a capa também era bastante chamativa. Tempos mais tarde o meu atual namorado me mostrou umas músicas da banda NaurÊa as quais não dei bola pois não me interessavam.
Sempre gostei de assistir ao filme “O Último dos Moicanos” – cuja história mostra a dizimação de povos indígenas em prol dos interesses dos colonizadores através do envolvimento de uma moça americana com um rapaz adotado pelos moicanos – o filme sempre me deu vontade de estudar sobre este assunto e, no entanto, nunca busquei nada sobre o tema. Um dia acordei pensando naquele livro de anos atrás. Eu tinha que comprar “Enterrem meu coração na curva do rio”. Acabei o ganhando e comecei a lê-lo imediatamente. Quando já estava lá pela metade do livro, minha mãe apareceu com uma surpresa: havia conseguido comprar para mim, por um ótimo preço, um livro importado de mandalas feitas originalmente pelos mesmos índios que apareciam no meu livro. Neste livro de mandalas , além dessas figuras que eu gosto tanto, havia uma série de canções e versos dos mesmo índios – sioux, cheyennes,navajos,etc.
Ao mesmo tempo em que comecei a me aprofundar mais na história dos índios norte-americanos – que já foi minha história em outra vida e continua sendo, de forma diferente, nesta – também me aproximei mais da cultura afro-americana e nordestina. Como aconteceu com o tema dos indígenas, sempre tive uma conexão com os outros dois, mas nunca procurei nada sobre. Filmes sobre o nordeste eu sempre assisti, pois tenho admiração especial pelas pessoas que vivem lá – acredito que eles têm algo que nós não temos, pois com todas essas parafernálias de computadores, máquinas fotográficas, roupas e mais roupas e tudo mais, nós sempre queremos mais e eles, mesmo sem tudo isso, sorriem, são felizes.
Mais recentemente, fui à melhor festa da minha vida em que tocaram ritmos como Maracatu, Baião, Samba de Raiz e outros, eu não sabia o que esperar dessa festa e me senti especialmente livre enquanto estava lá.
A minha conexão com o povo negro, começou diferente. Minha mãe sempre esteve muito ligada e informada sobre os orixás, a umbanda, o candomblé e, por tabela, ia me informando. É claro, que ela sabe sobre esse tema e eu ainda sei muito pouco. Porém, a minha curiosidade e busca pessoal me fazem ir atrás cada vez mais disso tudo.
Outras duas coisas aconteceram no mesmo tempo de tudo isso, da mesma forma como antes, eu sempre fui espírita e nunca li nada a respeito. Na mesma época em que comecei a ler o livro dos índios, li também “Amor além da vida” – o filme é muito bonito, mas o livro é maravilhoso – e ele “abriu a minha cabeça”, senti uma forte necessidade de saber mais sobre a minha religião e comecei com outro livro teórico muito bom: “Espíritos entre nós”.
Acredito que tudo está interligado. O fato de eu ter começado a me aprofundar em todos esses temas ao mesmo tempo significam algo, só que ainda está tudo embaralhado na minha cabeça – falta que eu entenda uma parte importante: a conexão. Pois eu sei que tudo faz parte de mim, mas a que tudo isso leva, eu ainda não sei.
*A cena postada lá em cima faz parte do filme “Ó, Paí,ó” o qual assisti semana passada e acredito que faça parte de tudo que estou vivendo no momento. O diálogo entre o personagem do Lázaro Ramos e o do Wagner Moura é muito bacana e atual.
Vou ter que assistir este filme, simplesmente fantástico.
Eu concordo contigo em que as coisas acontecem quando devem acontecer. Passo por momentos semelhantes de conexões. É uma sensação diferente de tudo que sentia pois, ao mesmo tempo em que os pensamentos se tornam claros, me assusta, e me dá esperança e...
Lembro de uma coisa que tu me disseste este dias: "O que é tiver que ser, já é!"
Artista,
Técnica em Biblioteconomia,
Estudante de Arquivologia,
Gosto de escrever,criar, conhecer, livros, colorir, mandalas, ouvir música, fotografar, viajar, ficar junto e ficar só.
Bah, que cena fantástica!!!
ResponderExcluirVou ter que assistir este filme, simplesmente fantástico.
Eu concordo contigo em que as coisas acontecem quando devem acontecer. Passo por momentos semelhantes de conexões. É uma sensação diferente de tudo que sentia pois, ao mesmo tempo em que os pensamentos se tornam claros, me assusta, e me dá esperança e...
Lembro de uma coisa que tu me disseste este dias: "O que é tiver que ser, já é!"
Fantástico!