21 de fev. de 2010

Reconectando



Acredito que as coisas só acontecem na nossa vida quando tem que acontecer. Há uns três anos atrás eu estava na casa de um antigo namorado e encontrei um livro ao qual não dei a mínima atenção, até porque a família dele guardava aquele livro no banheiro junto à privada (preconceito meu, é claro, supor que era um livro ruim por causa disso), porém, o título ficou na minha cabeça e a capa também era bastante chamativa. Tempos mais tarde o meu atual namorado me mostrou umas músicas da banda NaurÊa as quais não dei bola pois não me interessavam.


Sempre gostei de assistir ao filme “O Último dos Moicanos” – cuja história mostra a dizimação de povos indígenas em prol dos interesses dos colonizadores através do envolvimento de uma moça americana com um rapaz adotado pelos moicanos – o filme sempre me deu vontade de estudar sobre este assunto e, no entanto, nunca busquei nada sobre o tema. Um dia acordei pensando naquele livro de anos atrás. Eu tinha que comprar “Enterrem meu coração na curva do rio”. Acabei o ganhando e comecei a lê-lo imediatamente. Quando já estava lá pela metade do livro, minha mãe apareceu com uma surpresa: havia conseguido comprar para mim, por um ótimo preço, um livro importado de mandalas feitas originalmente pelos mesmos índios que apareciam no meu livro. Neste livro de mandalas , além dessas figuras que eu gosto tanto, havia uma série de canções e versos dos mesmo índios – sioux, cheyennes,navajos,etc.

Ao mesmo tempo em que comecei a me aprofundar mais na história dos índios norte-americanos – que já foi minha história em outra vida e continua sendo, de forma diferente, nesta – também me aproximei mais da cultura afro-americana e nordestina.
Como aconteceu com o tema dos indígenas, sempre tive uma conexão com os outros dois, mas nunca procurei nada sobre. Filmes sobre o nordeste eu sempre assisti, pois tenho admiração especial pelas pessoas que vivem lá – acredito que eles têm algo que nós não temos, pois com todas essas parafernálias de computadores, máquinas fotográficas, roupas e mais roupas e tudo mais, nós sempre queremos mais e eles, mesmo sem tudo isso, sorriem, são felizes.

Mais recentemente, fui à melhor festa da minha vida em que tocaram ritmos como Maracatu, Baião, Samba de Raiz e outros, eu não sabia o que esperar dessa festa e me senti especialmente livre enquanto estava lá.

A minha conexão com o povo negro, começou diferente. Minha mãe sempre esteve muito ligada e informada sobre os orixás, a umbanda, o candomblé e, por tabela, ia me informando. É claro, que ela sabe sobre esse tema e eu ainda sei muito pouco. Porém, a minha curiosidade e busca pessoal me fazem ir atrás cada vez mais disso tudo.


Outras duas coisas aconteceram no mesmo tempo de tudo isso, da mesma forma como antes, eu sempre fui espírita e nunca li nada a respeito. Na mesma época em que comecei a ler o livro dos índios, li também “Amor além da vida” – o filme é muito bonito, mas o livro é maravilhoso – e ele “abriu a minha cabeça”, senti uma forte necessidade de saber mais sobre a minha religião e comecei com outro livro teórico muito bom: “Espíritos entre nós”.

Acredito que tudo está interligado. O fato de eu ter começado a me aprofundar em todos esses temas ao mesmo tempo significam algo, só que ainda está tudo embaralhado na minha cabeça – falta que eu entenda uma parte importante: a conexão. Pois eu sei que tudo faz parte de mim, mas a que tudo isso leva, eu ainda não sei.


*A cena postada lá em cima faz parte do filme “Ó, Paí,ó” o qual assisti semana passada e acredito que faça parte de tudo que estou vivendo no momento. O diálogo entre o personagem do Lázaro Ramos e o do Wagner Moura é muito bacana e atual.

Um comentário:

  1. Bah, que cena fantástica!!!

    Vou ter que assistir este filme, simplesmente fantástico.

    Eu concordo contigo em que as coisas acontecem quando devem acontecer. Passo por momentos semelhantes de conexões. É uma sensação diferente de tudo que sentia pois, ao mesmo tempo em que os pensamentos se tornam claros, me assusta, e me dá esperança e...

    Lembro de uma coisa que tu me disseste este dias: "O que é tiver que ser, já é!"

    Fantástico!

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