13 de fev. de 2010

Tupanciretã - a terra da mãe de Deus

A gente chega com a cara amassada e com gosto de sono mal dormido na boca. A viagem é longa ao ponto de cansar aqueles que não conseguem dormir por mais de uma hora quando viajam de ônibus – como eu. Altas horas da noite a rua é vazia, altas horas do dia e as ruas continuam vazias – a quantidade de gente na rua aumenta um pouco nos sábados e dias festivos. O ponto alto do centro é a sorveteria, local em que todos se encontram. As ruas não são marcadas como na cidade grande, esquina da Igreja com o supermercado, mas sim, esquina da casa amarela do senhor desconhecido com a casa azul da dona fulana de tal. Sempre que chego acho que estou andando para um lado e na verdade estou andando para outro, de carro ou a pé a confusão é a mesma e até o que eu conheço, desconheço. Já vim para Tupanciretã umas dez vezes e a única coisa que sei é que a casa fica perto dos trilhos que ficam perto do centro, mas me coloque numa rua muito distante sem um celular na mão que posso ser dada como desaparecida. Eu só sei identificar aquilo que faz parte do meu contexto – o supermercado, o shopping, o cinema que fazem esquina com a rodoviária,com a avenida principal,com o viaduto,com a ponte – impossível identificar ruas com nomes estranhos os quais nem são usados e que na verdade são marcadas pelas casas das famílias que ali vivem.

Em Tupã todo mundo se conhece, todo mundo sabe da vida de todo mundo e o ar é mais puro, tudo é perto, não tem nem semáforo. A cidade não é assim tão pequena, não é daquelas que tem como ponto principal a Igreja e a cidade se forma ao redor dela – aqui tem até duas Igrejas (que eu tenha visto) – mas, realmente, são pouquíssimos bares, uma danceteria e as pessoas batem nas portas umas das outras para fazer propagandas políticas. O melhor é que sempre somos recebidos de braços abertos, com a mesa cheia, a cama arrumada – como se fosse a própria casa. Os braços que nos abraçam são fortes e receptivos e no rosto sempre há um sorriso estampado por receber quem chega.

Aqui é longe e tranquilo, o sol e o céu parecem mais livres do que em Porto Alegre, o vento corre solto sem bater nos altos prédios cinzas, as pessoas todas se cumprimentam quando se encontram na ruas,mas sem trazer livros e outras atividades da cidade grande nem a mãe de Deus aguenta!

5 comentários:

  1. É muito bom ser a tua a mãe que te leva até a rodoviária quando tu vais para a cidade onde Mãe de Deus gosta de descansar.
    Laura

    ResponderExcluir
  2. Oi Lau.
    Não conheço Tupanciretã, porém através de teu texto,parece que já estive lá, e gostei de ir.
    Abração.
    Iara

    ResponderExcluir