20 de mar. de 2010

A bailarina


Sou uma mistura heterogênea de Laura e Ana somadas à Caroline. Minha parte Ana é aparentemente e, muitas vezes, realmente muito frágil. Ana é só, amorosa, emotiva, triste, medrosa e sorridente quando me vê. Ana só sai de casa acompanhada, depende dos outros para fazer suas coisas, acomoda-se nas limitações que se impõe, teme a tudo e a todos. Ana sentiu-se mais sozinha após a morte de um ente querido e confortou-se na sua dor, não foi e não é triste, mas também não foi e não é feliz. Laura é forte, destemida, trabalhadora, guerreira. Ao mesmo tempo em que é boa é, muitas vezes, ingênua. Laura gosta de ajudar a todos e esquece-se de ajudar a si mesma. Laura gosta de estar bonita, compra-se roupas diferentes, gosta de estar cheirosa, gosta de usar acessórios. Laura é linda, adorável e querida. Laura e Ana tem muitas características em comum e muitas características em desacordo. Ambas são mães, no mais profundo significado desta palavra – mas cada uma a sua maneira. Ambas sentem-se muito sós, incompreendidas e, às vezes, não amadas. Já Caroline é uma menina doce, muito bem criada e educada para ser aquilo que um dia foi sua mãe: uma princesa. Caroline tem lindas roupas, acessórios modernos, pode viajar pelo mundo, mas conseguiria ela sair de seu castelo?

Eu poderia me chamar Ana Laura, Laurana, Laureana, mas me quiseram Lauana. Lauana Caroline. Meus dois nomes foram escolhidos por aquele que amo, mas detesto; por quem me assemelho e antipatizo. Desde meu nascimento, minha vida é uma via de mão dupla (ou seria tripla?) – automóveis passam nos dois sentidos, há prováveis semáforos dos dois lados e faixas de pedestres, os sinais vermelho, amarelo e verde funcionam perfeitamente e cada vez melhor com o passar dos anos. Nesta via, plantei árvores dos dois lados, pintei um lindo céu azul com nuvens de chuva e um sol brilhante, construí canteiros para as flores multicoloridas e coloquei pessoas para transitarem por ali. Desde meu nascimento venho aumentando esta via, conforme afirmo minhas escolhas.

Nesta via, a Laura está andando num caminho oposto ao que caminha a Ana. Caroline está sentadinha no meio da rua, usa uma saia de bailarina cor-de-rosa e observa as outras duas que se olham, se sorriem e seguem seus caminhos uma para cada lado.

E então, ela se pergunta: quem seria a Lauana Caroline Lemos Rita?

2 comentários:

  1. Deus deu as lágrimas aos seres humanos como um presente. ELE sabia que poderíamos precisar tomar um banho muito profundo quando nos sentíssemos sujos internamente. ELE sabia que nós facilmente nos machucaríamos e que só a água da torneira não seria suficiente para limpar nossa dor. Mas ele também,já sabia, que chorar de emoção ao ver a linda transformação de uma adolescente em uma jovem mulher faz lágrimas rolarem pela face. Não são lágrimas de dor e sim de amor e admiração que rolam pela minha face neste momento. Te amo Lauana Caroline Lemos Rita

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  2. Como é lindo quando uma pessoa se conhece, sabe de suas habilidades, limitações e forças.

    É lindo isso amor.

    Lauana é uma mistura de cores, cheiros, sabores. É iluminada. Um amor!

    "Amor da minha vida,
    Neste verso cansado,
    Meu céu é ana,
    Meu mel é lau."

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