21 de jan. de 2010

A incrível arte de ludibriar-nos

Porque temos que ser perfeitos? Aliás, porque temos que parecer perfeitos?

Eu estava dando uma olhada no site do Terra e vi o link “famosos antes e depois do photoshop”. Nossa! Algumas alterações são quase imperceptíveis e outras inimagináveis. O photoshop realmente transforma as pessoas. Tira barriga, põe bunda, tira celulite, tira curva, põe mais peito, sai a ruga, põe o branco nos dentes, etc, etc,etc. Por que? Por que? Por que? Pergunto isso, pois realmente não sei a resposta. Não entendo porque essa mania de perfeição, além disso, o que é perfeição? Ela sequer existe? Quem foi que determinou que eu tenho que ser magra, peituda e bunduda (sem celulites!!!) para ser “perfeita”. Eu não quero isso, nem ninguém deveria querer, pois a quantidade de doenças e problemas psicológicos que essa busca infinita acarreta são intermináveis.

E mais, as pessoas não satisfeitas em se “photoshopiar” ou serem “photoshopiadas” ainda fazem isso na vida real – querem ser como a foto. Mas será o Benedito?!
Outro dia num desses jornais da TV, duas mulheres escolhiam as roupas do verão, até que a frase saiu:

- E para quem tem imperfeições no corpo, como gordurinhas, o que deve usar?

“Imperfeição eu vou fazer nessa tua cara” - pensei. Como assim, imperfeições? Quem não é magro é imperfeito, é isso? Pois então, devo começar a me preocupar, pois eu sou toda imperfeição.

Por que esse vício de beleza que a mídia nos impõe? E quanto dinheiro é gasto para se tornar perfeito? Já existem pessoas viciadas em cirurgia plástica, em autocorreção. Mas e qual o conteúdo interno dessa criatura, sobre o que ela é capaz de discutir, quantos bons livros ela já leu?

Acho que tudo isso é uma correção de algo faltou – não na bunda pequena, não no peito normal – algo que faltou na alma mesmo, que falta e ainda faltará, por tempo indeterminado.

Um comentário:

  1. Lembrei-me de uma campanha do São Paulo Fashion Week, em que estão enviando cartas aos outros organizadores deste tipo de eventos, falando das magreza das modelos.

    Pois é, é bonito ser magricela? E, é feio ser gordo?

    E eu entro neste time de imperfeitos. Ai como é bom ser gordo (tá, nem tanto.. preciso perder uns quilinhos, mas e por que não estão me sentindo bem...)

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